Comenda

Llugar da Gramdolla
a criação da Comenda

Após a reconquista cristã este território foi concedido à Ordem Militar de Santiago da Espada como forma de recompensa pela participação dos freires espatários no processo de formação de Portugal. A Ordem, que teve a sua sede em Alcácer do Sal, a cujo termo pertencia o llugar da gramdolla, ficou, por sua vez, com a obrigação de povoar, defender e promover o desenvolvimento das terras que se encontravam sob a sua jurisdição.

A população que habitou a região procedeu ao arroteamento dos solos mais férteis, dedicando-os à agricultura e à criação de gado. Muitos outros ficaram incultos, não indo além de densas matas e de charnecas bravias dominadas por animais selvagens. No entanto, o território prosperou e tal conduziu à instituição da Comenda de Grândola, pela Ordem de Santiago, ao que se supõe, no reinado de D. João I. Embora as fontes documentais sobre a Grândola deste período não sejam abundantes é sabido que, em 1427, o cavaleiro da Ordem, João Falcão, era seu comendador.

Após a criação da Comenda foram distribuídas terras, edificadas as primeiras ermidas e moinhos, e o lugar da gramdolla adquiriu o estatuto de aldeia. Não há dúvida de que a criação da Comenda foi determinante para o crescimento da terra e, em consequência, para a outorga da Carta de Vila, em 22 de outubro de 1544. Nos finais da época medieval, a aldeia de Grândola tinha cerca de 150 habitantes e a Comenda, no seu conjunto, cerca de 900, distribuídos aproximadamente por 220 fogos.

De referir, ainda, que a igreja Matriz remonta aos tempos medievos e que era dedicada a Santa Maria, a Bem Dada (ou Nossa Senhora d’ Abendada).

Llugar da Gramdolla
The creation of the Comenda

After the Christian reconquest, this territory was granted to the Military Order of Santiago da Espada as a form of reward for the participation of the monks using swords during the nation-building process of Portugal. The Order, which had its headquarters in Alcácer do Sal, to which the llugar da gramdolla (place) belonged, was, in turn, under the obligation to populate, defend and promote the development of the lands under its jurisdiction.

The population that inhabited the region land-cleared the most fertile soils, dedicating them to agriculture and cattle raising. Many others were uncultivated, becoming mere dense woods and untamed heaths dominated by wild animals. However, the territory prospered, and this led to the institution of the Comenda de Grândola (Commendation of Grândola), by the Order of Santiago, supposedly, in the reign of King João I. Despite a scarcity of documentary sources on the Grândola of this period, it is known that, in 1427, the knight of the Order, João Falcão, was his commander.

After the creation of the Comenda, land was distributed, the first hermitages and mills were built, and the place of the gramdolla acquired the status of a village. There is no doubt that the creation of the Comenda was decisive for the growth of the land and, consequently, for the
the granting of the Carta de Vila (City Charter), on October 22, 1544. At the end of the medieval period, the village of Grândola had about 150 inhabitants and the Comenda about 900, distributed approximately through 220 residential dwellings.

It should further be noted that the mother church dates to medieval times and that it was dedicated to Santa Maria, to Bem Dada (or Nossa Senhora d ’Abendada)